As paredes parecem se aproximar e deixar meu mundo cada vez menor. Uma sensação forte de agonia toma conta da minha cabeça. As estrelas vão perdendo o brilho. A Lua fica eternamente nova. O sol não nasce mais. As flores se esquecem da primavera. E o canto dos pássaros soam como trovão de uma forte tempestade. E isso, pasme, é paixão! Diferente do que se vê, diferente do que se sente. Paixão é algo que vem fundo e abala cada viga que sustenta os punhos fortes de um estranho apaixonado. As paredes se abrem. A sensação continua. Mas as estrelas brilham ainda mais forte que antes. A Lua não cresce, se enche. O sol aparece, mas na face mais linda e brilhante daquela que nos ilumina a noite. As flores voltam a terem cor. E os pássaros ficam ainda calados, mas para ouvir o som do sorriso de satisfação daquele mesmo estranho apaixonado. E isso, pasme, ainda é paixão! Ela não tem sentido, ela não tem explicação. Ela somente muda a noção de percepção e, quando menos se espera, o que não tinha cor vira um arco-íris.
E seria bom se apaixonar? Não sei! Pois paixão é algo que me move completamente, mas na maioria das vezes eu só estou perdida na mente de um estranho apaixonado...
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