sexta-feira, 17 de julho de 2009

Lost

"I can't find myself in the head of this stranger in love". Não há nada que poderia me definir mais neste momento do que este trecho da música Lost, do The Cure. Sou intensa em tudo que faço, digo e sinto. Eu vou até o fim pelo que acho que vale a pena, busco no infinito de palavras o que tiver de mais claro para eu poder me expressar e vou fundo no que estiver batendo mais forte em meu coração. Mas às vezes, na maioria delas na verdade, eu me perco na mente de um estranho apaixonado...
As paredes parecem se aproximar e deixar meu mundo cada vez menor. Uma sensação forte de agonia toma conta da minha cabeça. As estrelas vão perdendo o brilho. A Lua fica eternamente nova. O sol não nasce mais. As flores se esquecem da primavera. E o canto dos pássaros soam como trovão de uma forte tempestade. E isso, pasme, é paixão! Diferente do que se vê, diferente do que se sente. Paixão é algo que vem fundo e abala cada viga que sustenta os punhos fortes de um estranho apaixonado. As paredes se abrem. A sensação continua. Mas as estrelas brilham ainda mais forte que antes. A Lua não cresce, se enche. O sol aparece, mas na face mais linda e brilhante daquela que nos ilumina a noite. As flores voltam a terem cor. E os pássaros ficam ainda calados, mas para ouvir o som do sorriso de satisfação daquele mesmo estranho apaixonado. E isso, pasme, ainda é paixão! Ela não tem sentido, ela não tem explicação. Ela somente muda a noção de percepção e, quando menos se espera, o que não tinha cor vira um arco-íris.
E seria bom se apaixonar? Não sei! Pois paixão é algo que me move completamente, mas na maioria das vezes eu só estou perdida na mente de um estranho apaixonado...

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